Dinheiro sagrado

Deus e o dinheiro na terra do sol
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Não conheço nenhum negócio que dê tanto lucro fácil quando a abertura de templos religiosos e a exploração da fé. Não é preciso sair de casa a salvação vem até você, basta entrar nos sites das novas igrejas evangélicas ou assistir algum culto televisivo para perceber que ali o dinheiro tomou o lugar de Deus. O diabo deve gostar disso, eu também! Eu gosto desses pastores que não têm pudores em pedir dinheiro, mais dinheiro e muito dinheiro, desses que prometem riqueza em troca de ofertas para a igreja. É bom ver pastores abandonando o espírito santo e abraçando o espírito do capitalismo! Pastores que sabem fazer auto-promoção, que sabem vender esperanças de bens materiais e que transformam suas imagens em mercadoria e objeto de devoção. Adoro o Silas Malavéia, o R.R., o casal Bispo e Bispa, o Macedão... Vejo tudo, quero votar nos seus candidatos e quero lhes dar a riqueza que eu não tenho. Adoro igrejas empresas, movidas pelo dinheiro santo do Senhor, também gosto dos fiéis que gritam aos céus que querem ficar ricos e dos shoppings com mercadorias cristãs. Sou ateu, mas acho confortante saber que sem esforços eu também posso ser um campeão da fé! Que para isso basta ser um gideão que contribui com míseros mil reais. Regozijo em saber que a relação entre o fiel e a igreja é como uma suruba: que tudo o que você der você receberá multiplicado. Alegro-me em saber que com apenas 900 reais eu posso contribuir voluntariamente com a Campanha Vitória Financeira e ainda ganhar a bíblia de estudo Batalha espiritual e vitória financeira. É confortante saber que eu posso ter um cartão de crédito com a cara do meu pastor e que na Igreja da Graça nada é de graça.