Erros e fraquezas

A verdade sempre nos condena
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Eu confesso senhores, eu confesso! Assumo que já tentei ser politicamente correto, que já tentei ser o mais honesto e justo entre os homens. Com esta confissão não estou dizendo que cometi um crime, mas que cometi um erro. Meu erro foi acreditar que poderia ser guiado pela minha razão e que a minha razão me faria uma pessoa melhor. A tentativa de ser, ou, no meu auto-engano, de tentar mostrar ser, um sujeito bom e correto é um equívoco que cometemos quando sucumbimos diante das cobranças da sociedade, do moralismo religioso ou diante do sentimento de culpa que vem de ambos. É uma estupidez, é uma debilidade! Na verdade nós não temos muitas opções, ou somos imbecis ou somos ordinários; ou vivemos uma mentira ou vivemos uma verdade que nos condena. Não há outras possibilidades, somos crápulas assumidos ou somos hipócritas! Quando soube disso, desisti de buscar a bondade e a santidade, desisti de tentar ser herói e busquei me libertar para praticar meus pequenos crimes e para cometer meus enormes pecados. Diante das nossas fraquezas, a única possibilidade que a vida nos permite é a de assumir ou não nossos erros. O pouco de ética que nossas paixões nos permite depende do reconhecimento de nossas limitações. Não há salvação, mas é nesse reconhecimento que o homem pode manter o equilíbrio fino entre o aceitável e o inaceitável, encontrar o que pode e o que deve e a tranquilidade de consciência que o permite dormir tranquilo. Não serei amargo, serei doce. Minha doçura será espalhar sal nas feridas que não são as minhas.